Viagem Educacional 3 “O Mundo Global Visto do Lado de Cá” (25/05/2017 - manhã)
O documentário ¨O mundo
global visto do lado de cᨠaborda as conseqüências deixadas pela globalização
na visão do Geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, destacando a
globalização econômica, sobretudo a expansão do capitalismo para o mundo e as
marcas deixadas por esse sistema. O documentário faz um paralelo entre
colonização e globalização, que apesar de retratar períodos totalmente
diferentes acabam por engessar a mesma finalidade do capitalismo: dominar,
explorar e expandir.
A seguir, para alimentar a nossa discussão, foram selecionados alguns noticiários demonstrando o lado perverso do capitalismo e da globalização no mundo contemporâneo.
Data: 24/02/2016 - Para mais informações sobre esta matéria clique aqui.
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Data: 28/05/2015 - Para mais informações sobre esta matéria clique aqui.
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Data: 24/04/2014 - Para mais informações sobre esta matéria clique aqui.
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Minhas Reflexões
A Vigilância Sanitária é o campo da saúde pública
relacionada com a proteção da saúde da população diante dos riscos advindos dos
processos produtivos. Considera-se a Visa como um dos principais componentes do
SUS com o potencial de contribuir na política de saúde a partir da reafirmação
da supremacia da saúde em relação aos interesses do capital. Essa reflexão
mostra-se fundamental no contexto de globalização e de discussão sobre o papel
regulador do Estado.
O documentário ¨O mundo global visto do lado de cá¨
aborda as conseqüências deixadas pela globalização na visão do Geógrafo e
intelectual baiano Milton Santos, destacando a globalização econômica,
sobretudo a expansão do capitalismo para o mundo e as marcas deixadas por esse
sistema. O documentário faz um paralelo entre colonização e globalização, que
apesar de retratar períodos totalmente diferentes acabam por engessar a mesma
finalidade do capitalismo: dominar, explorar e expandir.
O documentário busca destacar a desigualdade entre os
dois mundos, norte e sul, desenvolvidos e subdesenvolvidos, primeiro e terceiro
mundo. Na época, Milton Santos considerava a existência de pelo menos três
mundos em um só: o primeiro seria a globalização como fábula, o segundo como
ele é, e o terceiro o mundo como ele pode ser, ou seja, nessa concepção, para
cada classe social a globalização era vista de diferentes formas, porém a
globalização que para muitos poderia ter sido vista há mais de uma década atrás
como fábula, hoje é a principal realidade do mundo moderno.
O documentário traz o lado perverso do processo de
globalização, que na busca infrene pelo crescimento, segundo o documentário,
visa à contínua elevação de impostos, à prática de juros altos e privatizações,
ao enfraquecimento da moeda, à recessão da economia e à explosão das revoltas
populares em alguns países. Creio que esta visão negativista trazida pelo
documentário tenha influenciado a fala de alguns de nossos colegas do grupo que
expuseram as suas ideias com o viés dado pelo documentário.
Ao final do documentário, nós do Grupo Diversidade
Alquimia (GD3) tivemos um momento de discussão, no qual pudemos apresentar
nossas percepções sobre o mesmo. Defendi que há 15 anos, a globalização era
vista sob outra perspectiva e outro olhar. Hoje temos uma visão bem mais clara
do que representa a globalização, e no que ela se desdobrou, pois ao contrário
de 15 anos atrás, em que a globalização era vista como um terreno inexplorado,
no contexto atual passa a ser a única realidade que conhecemos. A geração atual desconhece
outro mundo se não o globalizado. Defendi, também, que a globalização é um
mal necessário, e por mais otimistas que fôssemos a humanidade não poderia ter
escolhido um outro caminho alternativo, se não este. Temos conhecimento das
mazelas proporcionadas pela globalização como, por exemplo, o monopólio da
mídia internacional que está concentrada nas mãos de pequenos grupos que visa
atender a interesses políticos e econômicos das minorias. Afinal, a informação que
chega para a massa popular é totalmente manipulada que em vez de esclarecer,
confunde.
Sendo assim, podemos dizer que o autor aborda
questionamentos pertinentes e importantes que geram discussões acerca do mundo
contemporâneo, mas devemos ter o cuidado de olhar o documentário de forma
crítica, lembrando que apesar do pequeno lapso temporal, representado por menos
de 2 décadas, estamos num mundo bem diferente do apresentado naquela época, mas
mesmo assim, o documentário nos permite mergulhar num novo olhar sobre o
fenômeno da globalização.
Pensando sob a ótica da gestão em
Vigilância Sanitária, e no âmbito da própria Anvisa que possui um escopo de
atuação muito amplo, o documentário de Milton Santos nos permite enxergar o
lado negro do capitalismo que na busca infrene pelo enriquecimento muitas vezes
leva as empresas a diminuir a qualidade dos produtos.
Há de se considerar também a dinâmica internacional
envolvida no balanceamento entre riscos e oportunidades de crescimento e
geração de empregos para os países periféricos. Conforme apontado por LACAZ
(2005), países mais pobres com legislações mais lenientes, recebem indústrias
multinacionais e, junto a isso, danos referentes ao meio ambiente e saúde do
trabalhador, entre outros riscos, que é a realidade nua e crua apontada por
Milton Santos no documentário “O mundo global visto do lado de cá”.
Tudo isso tem elevado a Visa a uma arena de conflitos
comerciais e produtivos, em que seu papel e posicionamento ideológico ainda não
possuem um contorno muito claro. Por isso desvincular o debate sobre risco do
processo de globalização é tarefa bastante árdua, como tão bem discutido por
Lucchese (2001), e, nesta esteira conseguimos entender que esse cenário exerce
vital influência na tomada de decisões em Visa (apud, MAIA, p. 27), não sendo
possível desvinculá-los.
Sabendo que a Anvisa possui como missão “Proteger e promover a saúde da população, mediante a intervenção nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada e integrada no âmbito do Sistema Único de Saúde” nesse sentido entendo que as ações da Agência devem atuar tanto no pré como nos pós mercado, exercendo o poder sanitário em bens e produtos sujeitos a seu controle e com isso buscando diminuir os excessos provocados pelo sistema capitalista no desequilíbrio da saúde.
Sabendo que a Anvisa possui como missão “Proteger e promover a saúde da população, mediante a intervenção nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada e integrada no âmbito do Sistema Único de Saúde” nesse sentido entendo que as ações da Agência devem atuar tanto no pré como nos pós mercado, exercendo o poder sanitário em bens e produtos sujeitos a seu controle e com isso buscando diminuir os excessos provocados pelo sistema capitalista no desequilíbrio da saúde.
Referências Bibliográficas
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do
pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2006.
LACAZ FAC. Processos produtivos e riscos para a saúde.
REVISA. 2005; 1 (1): 71-4.
MAIA CS. Inserção da vigilância sanitária na política de saúde brasileira [tese]. Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde; 2012.
MAIA CS. Inserção da vigilância sanitária na política de saúde brasileira [tese]. Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde; 2012.
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