Viagem Educacional 7 "Vivência do Silêncio" (22/08/2017 - tarde)
A atividade ocorreu no período da tarde. Inicialmente a turma foi dividida em 4 grupos de acordo com os Grupos Afinidade. A dinâmica da "vivência do silêncio" consistiu em cada integrante do grupo produzir o seu próprio chapéu com os materiais que estavam disponibilizados sobre as mesas, e como o próprio nome indica ninguém poderia utilizar a comunicação verbal. Essa dinâmica foi dividida em 3 momentos, cada um com duração média de 20 minutos.
No primeiro momento foi orientado para descrevermos em uma tarjeta azul uma conquista, e em outra tarjeta amarela um desafio. Elegi como uma conquista pessoal o fato de estar aprendendo a trabalhar com o Aprendizado Baseado em Equipes (TBL) que pra mim é algo novo, e algo que posso utilizar futuramente em dinâmicas no meu próprio ambiente de trabalho a fim de construir em equipe a gestão de informações e conhecimentos da área, por outro lado descrevi como desafio a dificuldade de se colocar a teoria em prática. Ainda neste primeiro momento, fomos orientados, também, a escrever na parte interna de uma pulseira de cartolina, que nos foi previamente disponibilizada, uma conquista e um desafio, e na parte externa da pulseira fomos orientados a responder a seguinte questão:
Há quanto tempo você percebe que executa a capacidade de ouvir mais para entender melhor?
A resposta era para ser dada em dias, meses ou anos. Respondi 10 anos. No meu caso, em específico, como sou psicólogo de formação e como estou há mais de 3 anos lotado na Ouvidoria da Anvisa, creio que uma característica pessoal sempre foi ouvir mais e falar menos, tanto é que muitos familiares e amigos gostam de conversar comigo pois se sentem confortáveis em desabafar e pedir conselhos, pois isso creio que seja um dom, e vejo que as pessoas demonstram uma melhora após as conversas, pois o diálogo é uma poderosa válvula de escape, e vivemos hoje em um contexto social em que as pessoas estão centradas em seus próprios mundos, cada vez mais individualistas, pensando mais nos próprios ganhos do que nos interesses da coletividade, e isso tem trazido de certa forma uma alienação social do pouco ouvir e do muito falar. O falar mais que ouvir acaba por se constituir em uma problemática para a construção de diálogos, para o estreitamento de relações e dificulta o compartilhamento de experiências. E se formos fazer uma paralelismo, a metodologia ativa presente nesta especialização requer que venhamos treinar a capacidade do ouvir mais e falar menos, para que se oportunize um espaço saudável e respeitoso de troca e construção de experiências e de maior aceitação das diferenças.

O terceiro momento consistiu em listarmos, para inclusão no portfólio, nossas conquistas e desafios na prática e na vida pessoal.
Uma conquista na prática tem sido a assimilação e a oportunidade de experenciar novas metodologias e um desafio tem sido a falta de tempo, o que nos obriga a administrarmos mais e mais nossas atividades, a fim de que consigamos definir dentre as várias prioridades já existentes aquelas que representam maior impacto em nossas vidas.
Como conquista na minha vida pessoal posso listar a minha família que pra mim é uma grande conquista; poder constituir uma família e buscar dar o melhor para eles, para mim é uma grande conquista. Seguindo neste mesmo sentido, posso dizer que um grande desafio pessoal, a cada dia, tem sido a perseverança, pois há inúmeras dificuldades no dia a dia que insistem em nos desanimar e nos fazer desistir de nossos projetos, e a perseverança tem sido este meu desafio diário.
Como foi a experiência de estar privado da comunicação
verbal? O que é mais difícil? O que você tomou como aprendizagem nessa
experiência?
Como a dinâmica foi realizada
entre pessoas que já possuem um certo vínculo a experiência foi agradável,
porém se tivesse sido entre pessoas desconhecidas creio que não seria. O que
pude refletir nesta dinâmica é que existem outras formas de comunicação não
verbal que desprezamos no dia a dia e que são fundamentais na nossa linguagem.
Há alguns anos tive a oportunidade fazer um curso de libras, e percebi que
mesmo aqueles que não conseguem fazer a comunicação verbal, e se comunicam pela
linguagem de sinais, precisam utilizar muito mais as próprias expressões
faciais, o que de certa forma compensa a não utilização da linguagem verbal.
Assim, levando para esta dinâmica, a "vivência do silêncio" nos
permite construir outros arranjos de comunicação de forma a compensarmos a
ausência da linguagem verbal, e isso não leva a repensar o nosso próprio
processo de comunicação.
Outras Reflexões

De outro lado, agora num aspecto
macro, pude refletir sobre o nosso papel como agentes de transformação capazes
de ressignificar contextos, e no caso específico da gestão em Visa, o de estimular
a articulação entre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e o Sistema
Único de Saúde, buscando cada vez mais o fortalecimento da vigilância sanitária
em todas as esferas de governo.
Estando como gestor à frente
da Ouvidoria da Anvisa, tenho buscado a cada decisão ressignificar os processos
e movimentos da Ouvidoria sempre indagando qual o papel da Ouvidoria ante à
sociedade? E neste âmbito, um dos papéis
da Ouvidoria, por exemplo, é a coordenação da Rede de Ouvidorias em Visa, porém
este papel não tem sido articulado efetivamente nos últimos anos, o que é algo
que me preocupa, e tem me feito repensar os processos internos da área, a fim
de que a Ouvidoria venha efetivamente ocupar esta função em prol da sociedade.
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